Brasília/DF (7/11/2025) — O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou a Operação Caixa-Forte 2 para combater o financiamento de atividades agropecuárias em áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia. A ação mira o elo financeiro por trás da destruição ambiental, buscando frear o estímulo econômico aos crimes ambientais e a competição desleal no setor rural.
As equipes do Ibama fiscalizaram bancos e proprietários rurais em 36 municípios dos estados do Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins. A partir da análise de dados de crédito rural, embargos por desmatamento, registros fundiários e imagens de satélite, foram lavrados 19 autos de infração, somando R$ 11,2 milhões em multas aplicadas a duas instituições financeiras e seis fazendeiros.
Durante a operação, o Ibama identificou indícios de irregularidades em 98 operações de crédito rural, realizadas por 40 agências de quatro instituições financeiras, que beneficiaram 50 fazendas. No total, R$ 25 milhões em crédito foram concedidos de forma irregular — 83% voltados à pecuária e 17% à agricultura —, em desacordo com as normas do Manual de Crédito Rural, que proíbe a concessão de empréstimos para áreas embargadas por desmatamento ilegal.
O Ibama encaminhou todos os casos ao Banco Central do Brasil, responsável por investigar a conduta das instituições financeiras e adotar medidas de cobrança antecipada dos empréstimos. As informações também poderão subsidiar investigações criminais sobre as irregularidades.
Esta é a segunda edição da Operação Caixa-Forte. A primeira, realizada em março de 2025 no bioma Cerrado, resultou em R$ 4,8 milhões em multas aplicadas a bancos e fazendeiros.
A atuação do Ibama ocorre em um contexto de redução contínua do desmatamento no país. Segundo dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre agosto de 2024 e julho de 2025, o desmatamento na Amazônia caiu 11,08%, alcançando a terceira menor taxa desde 1988, enquanto o Cerrado registrou queda de 11,49%.
Os avanços obtidos nos Planos de Ação para Controle do Desmatamento nos biomas integram a estratégia do governo federal para alcançar o desmatamento zero até 2030.

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