Criado em um ambiente político, Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados desde fevereiro, tem raízes profundas na política de Patos, no interior da Paraíba. Pais e avós de Motta foram todos denunciados em algum momento por desvios de recursos públicos e abusos no exercício de cargos.
Apesar do histórico familiar, Motta se elegeu com apoio de 17 partidos, recebendo 444 votos de um total de 513, sucedendo Arthur Lira na presidência da Câmara. Em seu discurso inaugural, o parlamentar fez uma defesa enfática da democracia, levantando um exemplar da Constituição de 1988 e reiterando repúdio à ditadura, gesto que remete a Ulysses Guimarães.
“Tenho certeza de que o passado é um caminho sem volta, termina na destruição da política, no colapso da democracia. Estaremos sempre com a democracia”, afirmou Motta, acrescentando que “o povo brasileiro não quer discórdia, quer emprego; não quer luta pelo poder, mas que os poderes lutem por ele”.
Críticos avaliam, porém, que a postura do presidente da Câmara pode não corresponder à dimensão das responsabilidades que assumiu, apontando para um possível descompasso entre discurso e prática política.


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