Hacker afirma à CPI que uma das senhas do sistema do CNJ era ‘12345’; deputada diz que era ‘senha simples’

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Em depoimento à CPI dos Atos Golpistas, o hacker Walter Delgatti Neto afirmou nesta quinta-feira (17) que, ao invadir sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), utilizou senhas como “123mudar” e “CNJ123”.

Delgatti deu a declaração ao ser questionado pela deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) sobre o plano de invasão ao sistema do CNJ.

Jandira afirmou que, segundo informações conhecidas por ela, as senhas eram “simples” e “idiotas”.

O hacker foi preso no último dia 2, após uma operação da Polícia Federal, que também mirou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Em depoimento à PF na quarta (16), Delgatti reiterou que o objetivo da invasão aos sistemas do CNJ era incluir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo o advogado do hacker, Ariovaldo Moreira, Walter Delgatti Neto foi contratado por Zambelli para “invadir qualquer sistema do Judiciário”.

Em entrevista a jornalistas, Moreira declarou que o seu cliente recebeu R$ 40 mil pelo serviço.

No depoimento à CPI dos Atos Golpistas, Delgatti disse acreditar que o objetivo do plano “seria anular o resultado da eleição e a posse do presidente Lula”.

“Demonstrando a fragilidade do sistema. E a ideia eu acredito que seria uma forma de convencer as pessoas competentes a anularem a eleição”, afirmou, em resposta à Jandira Feghali.

Conhecido nacionalmente em 2019, quando vazou mensagens de diversas autoridades envolvidas na Operação Lava Jato, o hacker Walter Delgatti Neto afirmou ter se encontrado com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) para discutir possível invasão às urnas eletrônicas.

O encontro entre Bolsonaro e Delgatti teria sido articulado por Carla Zambelli.

O hacker afirmou aos integrantes da CPI que, durante uma reunião no Palácio da Alvorada com Bolsonaro antes das eleições de 2022, o então presidente assegurou que concederia um indulto (perdão presidencial) a ele, caso fosse preso ou condenado por ações sobre urnas eletrônicas.

Questionado pela relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), se recebeu garantia de proteção do ex-presidente, Delgatti confirmou.

“A ideia ali era que eu receberia um indulto do presidente. Ele havia concedido um indulto a um deputado federal. E como eu estava com o processo da [Operação] Spoofing à época, e com as cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava a esse indulto. E foi oferecido no dia”, declarou. (G1)

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Da Redação

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