O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta sua primeira greve geral nesta quarta-feira. A paralisação, convocada pela principal união sindical do país, começou ao meio-dia, com duração prevista de 12 horas, até a meia noite desta quarta-feira. Um comício em frente ao Congresso, no centro da cidade de Buenos Aires, está previsto para as 15h. Tensões foram registradas nos pontos de acesso à capital, apesar do “protocolo antipiquete” implantado pelo governo.
Diferentes sindicatos e centrais sindicais, como os de transporte, bancários, trabalhadores da saúde e administração pública aderiram à paralisação, de modo que muitas atividades serão adiadas ou completamente interrompidas.

A greve convocada pela Central Geral de Trabalhadores (CGT) — união sindical historicamente vinculada ao peronismo — ocorre em momento em que o Executivo está mergulhado em negociações complicadas com possíveis aliados no Legislativo para tentar aprovar a Lei Ônibus até 15 de fevereiro, quando terminam as sessões extraordinárias convocadas pela Casa Rosada — já prorrogadas uma vez.
O megaprojeto de lei prevê reformas profundas em matéria econômica, de funcionamento do Estado, Código Civil, privatização de empresas, impostos, política de segurança, cálculo de aposentadorias, Judiciário, organismos estatais, entre muitos outras.
Greve geral na Argentina

Segundo o jornal La Nación, ônibus com centenas de manifestantes estão entrando em Buenos Aires desde cedo nesta quarta-feira. Os primeiros grupos chegaram à Praça de Maio, no centro da cidade, por volta das 9h35, relatou a publicação, acrescentando que o local está completamente cercado por forças policiais, que fazem parte de uma operação do governo que inclui o uso de caminhões hidrantes, veículos de assalto, caminhonetes e motocicletas no perímetro do Congresso.
O “protocolo para a manutenção da ordem pública diante de bloqueios de estradas”, também conhecido como “protocolo antipiquete”, foi acionado pelo Ministério da Segurança, comandado por Patricia Bullrich, e estará em vigor durante todo o dia, visando “garantir o direito de se mover e circular livremente” para todos aqueles que precisam e desejam fazê-lo, afirmou a pasta.
Bullrich atacou os organizadores da greve geral, a quem chamou de “mafiosos” em uma mensagem em sua conta no X (antigo Twitter):
“Sindicalistas, gerentes da pobreza, juízes cúmplices e políticos corruptos, todos defendendo seus privilégios”, afirmou. “Não há greve que possa nos deter, não há ameaça que possa nos intimidar.”
Uma operação da Polícia Civil montada na Rodovia Pan-Americana apreendeu um ônibus que tentava entrar em Buenos Aires. Líderes sindicais também denunciaram que a polícia da capital parou os veículos que se dirigiam às manifestações a partir do município de Ituzaingó.
Mais cedo, uma coluna com 2.500 membros de um sindicato ligado aos trabalhadores da construção civil foi barrada por policiais ao tentar atravessar a Ponte Bartolomeu Mitre em direção a Buenos Aires.
— Estamos organizados, seremos 2.500 pessoas no total. Queremos atravessar a ponte. Iríamos em fila única, sem bloquear uma única faixa, mas eles não nos deixam. Não se pode nem mesmo caminhar em uma democracia. Nosso líder está negociando com a polícia para ver se nos deixam [passar], mas acho que é difícil — explicou ao La Nación um dos organizadores da coluna.( o Globo)
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