O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) vai anunciar na tarde desta quinta-feira (17) o encerramento da greve de fome iniciada no último dia 9, após o Conselho de Ética da Câmara recomendar a cassação de seu mandato. A informação foi confirmada pela assessoria do parlamentar.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou uma negociação para suspender o processo contra Glauber por 60 dias. Na prática, isso pode significar que o caso ficaria parado ao menos até agosto, devido ao recesso parlamentar.
“Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo”, afirmou Motta em publicação nas redes sociais.
Hugo Motta se decidiu pela suspensão por 60 dias da tramitação do caso após análise de recurso na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). O objetivo seria dar tempo para uma saída que envolva uma punição menos severa, como uma suspensão do mandato ou uma advertência.
O PSOL convocou uma entrevista coletiva para a tarde desta quinta, quando será anunciado oficialmente o fim da greve de fome de Glauber.
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados recomendou no último dia 9, por 13 votos a 5, a perda do mandato, mesma data em que o congressista do PSOL iniciou a greve de fome. Segundo assessores, ele estava ingerindo apenas apenas água, soro e bebidas isotônicas.
O deputado e aliados improvisaram um colchão do lado da mesa de coordenação do plenário 5 da Câmara, a mesma sala onde o conselho recomendou a sua cassação.
Eventual cassação do mandato do deputado, se concretizada, representaria uma medida inédita —a primeira vez que um deputado tem essa punição por uma agressão física.
A história da Câmara é repleta de casos de violência que jamais resultaram em perda de mandato —desde socos desferidos por um parlamentar no rosto de uma colega dentro do plenário, em 1991, até episódios recentes que mencionam chutes, soco na barriga, pisão no pé e violência doméstica.
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