O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, pode estar na mira das sanções anunciadas pelo governo dos Estados Unidos nesta sexta-feira (18), por meio do secretário de Estado Marco Rubio. O republicano declarou a revogação dos vistos norte-americanos do ministro Alexandre de Moraes, seus familiares e “aliados no tribunal”, sem revelar os nomes desses aliados.
Dino integra a Primeira Turma do STF, que julga ações relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Ainda nesta sexta-feira, o ministro votou a favor das medidas cautelares impostas por Moraes, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, proibição de contato com outros investigados — inclusive o deputado Eduardo Bolsonaro — e suspensão do uso das redes sociais.
A decisão de Rubio foi tomada sob a justificativa de que o governo do presidente Donald Trump não tolerará “estrangeiros responsáveis pela censura de expressões protegidas nos Estados Unidos”. Em sua publicação, o secretário de Estado afirmou que a “caça às bruxas política” liderada por Moraes contra Bolsonaro criou um sistema de perseguição que viola direitos fundamentais e “transcende as fronteiras do Brasil, afetando inclusive cidadãos americanos”.
Como integrante da turma que julga Bolsonaro e por ter votado alinhado a Moraes, Flávio Dino pode ser enquadrado entre os “aliados no tribunal” mencionados por Rubio. Se isso se confirmar, o ministro maranhense também poderá ter seu visto revogado e ser incluído em futuras sanções promovidas pelo governo republicano.
A situação evidencia o crescente desgaste institucional entre os aliados de Bolsonaro e o Judiciário brasileiro, além de abrir um novo capítulo nas tensões diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos sob o comando de Donald Trump.
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