Flávio Dino manda investigar Brandão por interferência política

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, determinou a abertura de uma investigação pela Polícia Federal contra o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), por supostas irregularidades na nomeação de conselheiros para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). A decisão foi publicada nesta segunda-feira (5) e reacende o debate sobre a influência de Dino na política maranhense, mesmo após deixar o cargo de governador.

Na decisão, Dino autoriza apuração sobre possível tráfico de influência na escolha dos conselheiros, sob a justificativa de que o processo teria ocorrido de forma sigilosa. No entanto, fontes próximas ao Palácio dos Leões asseguram que todos os ritos legais foram seguidos e que a nomeação foi acompanhada pela Assembleia Legislativa, conforme determina a Constituição.

A medida é interpretada por aliados do governo estadual como uma retaliação política. Apesar de ocupar hoje um dos cargos mais altos do Judiciário, Flávio Dino ainda é visto como um ator político ativo no Maranhão. Analistas apontam que o ministro, mesmo no STF, continua buscando espaço e poder de influência no estado que governou por oito anos.

A investigação, com prazo inicial de 60 dias, foca principalmente na nomeação de um conselheiro com vínculos diretos com o governador. Caso sejam identificadas irregularidades, o ato pode ser anulado. No entanto, juristas alertam para os riscos de politização do Judiciário, e ressaltam que o Supremo não deve funcionar como instância revisora de atos administrativos legítimos de governadores eleitos.

O episódio expõe a deterioração da relação entre Dino e Brandão, que no passado estiveram politicamente alinhados, mas hoje seguem caminhos distintos. A decisão do ministro é vista como mais um capítulo desse rompimento, alimentando a percepção de que Dino não aceita perder protagonismo no Maranhão.

A atitude do ministro também levanta uma questão institucional sensível: até que ponto um integrante da mais alta Corte do país pode usar sua autoridade para interferir em decisões administrativas de um estado que já governou?

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Da Redação

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