Violentos combates entre o Exército da Síria, leal ao regime de Bashar al-Assad, e forças rebeldes, lideradas pelo grupo jihadista Hayet Tahrir al-Sham (HTS), estão sendo travados nesta terça-feira no norte da província de Hama, na região central do país, à medida que a coalizão de grupos adversários do governo continuam a tentar avançar para o sul, após a tomada de Aleppo, segunda maior cidade do país. Os militares enviaram reforços para conter a ofensiva, enquanto Assad espera pelo apoio de aliados internacionais — como do grupo iraquiano Kateb Hezbollah, que pressionou Bagdá pelo envio de tropas ao país vizinho.
“Violentos enfrentamentos estão ocorrendo no norte da província de Hama, onde aeronaves russas e sírias realizam dezenas de bombardeios”, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, uma ONG com sede em Londres que acompanha os desdobramentos da guerra civil no país do Oriente Médio, acrescentando que há relatos de fontes locais de que os rebeldes já teriam conquistado várias cidades e povoados na região.
O Exército sírio, após ter sido superado em um curto espaço de tempo no norte, anunciou o envio de reforços para a frente de batalha na região central para conter o avanço rebelde. Um fotógrafo da AFP relatou ter visto nesta terça-feira dezenas de tanques e veículos militares abandonados na estrada que leva a Hama, uma cidade estrategicamente importante entre Aleppo e Damasco.
Enfrentando a maior pressão militar desde o começo da década, quando o apoio de aliados como Irã, Rússia e Hezbollah garantiram sua permanência no poder, Assad tentou reativar os contatos com suas fontes em Teerã e Moscou — embora cada um deles esteja envolvido em situações próprias de segurança. No campo de batalha, a ajuda de Moscou foi descrita por especialistas como menos potente do que no passado, com o uso apenas de aeronaves que já estavam no país.
Uma sinalização de um aliado menor no “Eixo da Resistência” — a coalizão liderada pelo Irã que se opõe à influência ocidental na região e ao Estado de Israel — deu uma ponta de otimismo a Assad. Representantes do Kateb Hezbollah, um grupo armado do Iraque, defenderam a proposta de que Bagdá enviasse tropas para auxiliar o governo sírio.
— Acreditamos que o governo iraquiano deve tomar a iniciativa de enviar forças militares regulares em coordenação com o governo sírio, pois esses grupos representam uma ameaça à segurança nacional do Iraque e da região — disse um porta-voz do grupo, em mensagens divulgadas em meios iraquianos.

Apesar da pressão para o envio de tropas regulares à Síria, o grupo disse não tomado uma decisão sobre mandar seus próprios homens ao país vizinho — embora já tenha auxiliado as forças de Assad no passado.
Na segunda-feira, autoridades do Iraque disseram apenas que haviam enviado veículos blindados para reforçar a segurança ao longo da fronteira de 600 km com a Síria.
( o Globo )
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