Ex-assessor do TSE acusa Moraes e Gonet de agirem com base em relatório fraudado

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O relatório que embasou busca e apreensão contra empresários bolsonaristas que defenderam golpe de Estado em um grupo de WhatsApp foi fraudado, segundo Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Assessoria de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Tagliaferro reteirou acusações a Moraes
durante sua participação em audiência pública na Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado, nesta terça-feira (2).

O objetivo, segundo Tagliaferro, era ocultar que a operação autorizada pelo ministro aconteceu baseada em uma reportagem do portal “Metrópoles”.

A Comissão de Segurança Pública é presidida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. A audiência pública para ouvir Tagliaferro ocorreu ao mesmo tempo do julgamento do ex-presidente no STF. Flávio e aliados do ex-presidente usaram as falas do ex-assessor para reforçar os ataques a Moraes e tentar retomar a campanha pelo impeachment do ministro.

O ex-assessor exibiu documentos e prints mostrando que a reportagem foi veiculada no dia 17 de agosto de 2022, as buscas e apreensões foram autorizadas no dia 19 e realizadas no dia 23, mas o laudo técnico foi produzido no dia 28 do mesmo mês, mais de dez dias após a reportagem. “Todo o material que a mim foi passado para montar aquela farsa é dos dias 26, 27 e 28 de agosto”, declarou Tagliaferro.

O ex-assessor, que é perito criminal, afirmou ainda que a documentação para embasar a decisão foi um pedido do juiz-instrutor Airton Vieira.

Na mesma sessão, Tagliaferro afirmou que o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, também agiu fora do rito e alinhou investigações com o gabinete de Moraes.

Gonet foi vice-procurador-geral eleitoral e foi dele o parecer, em 2023, pela condenação de Bolsonaro por abuso de poder político e econômico no TSE.

Ao mostrar prints das conversas, Tagliaferro exibiu o número de telefone do PGR. Procurados, Moraes e Gonet não se manifestaram.

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Da Redação

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