Encontro com o destino: vitória do Bayern de Munique sobre o Bayer Leverkusen encerraria, praticamente, a maldição de Harry Kane

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Granit Xhaka, meio-campista do Bayer Leverkusen, apontou corretamente no início desta semana que “toda a Alemanha” está ansiosa para o confronto de sábado (15) com o Bayern de Munique. A verdade, porém, é que o suíço provavelmente subestimou um pouco.

Este é um jogo que provavelmente atrairá a atenção de todo o mundo do futebol, na verdade. E não apenas porque é um confronto no topo da tabela entre os dois melhores times do Campeonato Alemão e um par de legítimos candidatos a conquistar a Europa nesta temporada.

Certo ou errado, “A Maldição de Harry Kane” também faz parte de seu enorme apelo, porque uma vitória do Bayern na BayArena aumentaria a vantagem dos bávaros para 11 pontos, restando apenas 12 rodadas – e isso praticamente garantiria um troféu inédito para seu artilheiro.

Os gols sempre fluíram naturalmente para Kane, que conquistou Chuteiras de Ouro na Premier League e na Copa do Mundo, mas sua impressionante média de gols apenas tornou sua seca de títulos ainda mais notória.

Sua falta de conquistas pode ser atribuída, em grande parte, ao fato de ter passado a maior parte da carreira jogando pelo Tottenham e pela seleção inglesa – dois especialistas em frustrações, frequentemente alvo de piadas. Consequentemente, Kane se tornou um colecionador relutante de medalhas de vice-campeão: na Eurocopa (duas vezes), na Champions League e na Copa da Liga Inglesa (também duas vezes!).

Ainda assim, é quase inacreditável que ele continue esperando para erguer um troféu desde que se juntou ao Bayern de Munique em 2023. Kane sequer conseguiu colocar as mãos na Supercopa da Alemanha em sua estreia pelo clube!

Curiosamente, para um atacante conhecido por seu senso de oportunidade, Kane escolheu justamente o momento errado para assinar com o Bayern, que, na última temporada, viveu sua primeira campanha sem títulos em 12 anos – apesar dos feitos históricos de seu reforço de €100 milhões no ataque. Inevitavelmente, isso divertiu muitos dos críticos de Kane (a maioria torcedores do Arsenal!) e até fez pessoas sensatas se perguntarem se realmente há algo por trás dessa suposta “maldição”.

No entanto, não há nada de sobrenatural aqui, nenhuma conspiração em andamento. A chamada “maldição” não teve qualquer influência na seca de títulos de Kane no Bayern. O Leverkusen de Xabi Alonso, por outro lado, teve – e muito.

Kane teve o azar de chegar à Alemanha justamente quando Alonso já havia estabelecido as bases para uma das temporadas mais impressionantes que o futebol europeu já viu.

O espanhol fez um trabalho notável ao tirar o Leverkusen da zona de rebaixamento após assumir o comando na BayArena, em outubro de 2022 – e o clube também se reforçou bem na janela seguinte, contratando jogadores perfeitamente adequados ao estilo de jogo de Alonso. Já havia a expectativa de que o Leverkusen fizesse uma boa campanha em 2023/24.

No entanto, ninguém – nem mesmo o torcedor mais otimista – ousaria sonhar com o que estava por vir. O “Neverkusen” virou “Neverlusen”, com o time de Alonso conquistando tanto a Bundesliga quanto a Copa da Alemanha sem sofrer uma única derrota.

Enquanto isso, um Bayern mergulhado em turbulência sob o comando de Thomas Tuchel simplesmente não teve resposta para a campanha histórica do Bayer. Mas, desta vez, a resposta tem sido enfática.

Havia muitos desacreditados quando o Bayern finalmente anunciou Vincent Kompany como sucessor de Tuchel no início desta temporada. Para começar, estava claro que o belga estava longe de ser a primeira escolha do clube. Alonso, Julian Nagelsmann, Ralf Rangnick e Oliver Glasner já haviam sido sondados por um Bayern cada vez mais desesperado – que, em determinado momento, até tentou convencer Tuchel a permanecer.

Além disso, pesava contra Kompany sua passagem decepcionante pelo Burnley, que acabou rebaixado da Premier League com apenas 24 pontos. Ainda mais preocupante para os torcedores bávaros era a crítica recorrente de que o treinador era excessivamente rígido, preso à sua filosofia de jogo. Na Inglaterra, muitos acreditavam que ele deveria ter sido mais flexível taticamente para manter os Clarets na primeira divisão.

No entanto, um detalhe revelador: Pep Guardiola, do Manchester City, sempre esteve convencido de que seu ex-capitão tinha tudo para se tornar um grande treinador. “Tenho a maior admiração pelo seu trabalho, personalidade e conhecimento”, disse o catalão sobre Kompany, que já havia comandado o Anderlecht, clube de sua cidade natal, antes de assumir o Burnley. “Não importa que ele tenha sido rebaixado com o Burnley.”

 

 

 

 

 

 

 

 

Via: GOAL

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Da Redação

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