O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que deve conversar com o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, “em breve”.
O que aconteceu
Republicano disse que conversa será em um “futuro não muito distante”. Ele não detalhou quando e onde o encontro deve acontecer. A declaração de Trump foi concedida em entrevista à Fox News.
Conteúdo da conversa também não foi adiantado por Trump. “Não posso dizer o que vou dizer a ele, mas tenho algo muito específico a dizer”, afirmou, fazendo mistério sobre os temas do encontro.
Governo dos EUA rejeitou proposta de Maduro, segundo jornal
Gestão Trump negou aguardar pela renúncia de Maduro em um período de até três anos. A informação foi publicada nesta semana pelo jornal The New York Times.
Oferta teria sido feita como parte de negociações informais para buscar uma saída diplomática para a crise na região. A proposta indica que Maduro está disposto a negociar uma transição gradual em troca de algumas garantias. Entre elas, o líder venezuelano poderia oferecer acesso às riquezas petrolíferas de seu país a empresas de energia americanas.
Apesar disso, qualquer atraso na saída de Maduro do poder é inaceitável para a Casa Branca. Segundo o jornal norte-americano, apesar do aparente impasse, as negociações paralelas mostram que uma solução diplomática ainda é possível.
Trump pode concordar com um acordo diplomático com a Venezuela. Mas não está claro qual caminho o presidente dos EUA prefere, se vai negociar um acordo para beneficiar as empresas americanas, se deve pressionar por uma resolução que permita a Maduro renunciar voluntariamente ao poder ou se vai exigir que os Estados Unidos removam o ditador venezuelano à força.
Mesmo com o desfecho incerto, a Casa Branca definiu uma estratégia de intensificar a pressão sobre Maduro, diz o NYT. Os EUA estão realizando uma campanha de ataques contra barcos suspeitos de tráfico de drogas na costa venezuelana e na costa do Pacífico da América Latina.
Trump disse que não descarta a possibilidade de enviar tropas para a Venezuela. Ao mesmo tempo, ele se mostrou disposto a ouvir diretamente de Nicolás Maduro as propostas do líder venezuelano para evitar uma nova escalada militar dos EUA. Questionado se falaria diretamente com Maduro, Trump disse aos repórteres na Casa Branca: “Eu provavelmente falaria com ele, sim. Eu falo com todo mundo”.
Maduro fala em diplomacia
O ditador da Venezuela disse que as diferenças devem ser resolvidas por meio da diplomacia. Maduro também afirmou que está disposto a manter conversas cara a cara com qualquer pessoa interessada. “Nos EUA, quem quiser conversar com a Venezuela vai conversar, cara a cara, sem nenhum problema”, disse em seu programa semanal de televisão estatal.
Maduro tem alegado repetidamente que o fortalecimento militar dos EUA no Caribe tem o objetivo de tirá-lo do poder. No domingo, o governo Trump designou o Cartel de los Soles como uma organização terrorista estrangeira. Os Estados Unidos alegaram que o grupo é formado por autoridades venezuelanas de alto escalão, inclusive Maduro.
Governo Trump age sem apresentar provas, dizem especialistas. Alguns pesquisadores independentes afirmaram que, embora as autoridades venezuelanas estejam envolvidas no tráfico de drogas, há poucas provas de uma organização hierárquica e de cima para baixo que poderia ser tradicionalmente chamada de cartel.
Até o momento, o governo Trump concentrou seus esforços no bombardeio de barcos que supostamente transportavam drogas. Mas o Pentágono informou que o maior porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos, o Gerald R. Ford, com 5.000 militares e dezenas de aviões de guerra a bordo, e seu grupo de ataque se deslocaram para o Caribe. Isso se somou aos oito navios de guerra, um submarino nuclear e aeronaves F-35 já enviados para a região.
Grupos de direitos humanos condenaram esses ataques como execuções extrajudiciais de civis. A Casa Branca afirma que os Estados Unidos estão em guerra contra os cartéis de drogas e que os tribunais não são necessários em conflitos armados.
(Com Reuters)

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