Ah, o prefeito Amílcar Rocha! Sempre nos surpreendendo com suas manobras políticas dignas de um roteirista de comédias trágicas. Desta vez, a estrela do espetáculo foi o Projeto de Lei n. 16/2024, apresentado ao Parlamento Municipal na data de 23 de novembro de 2024. Uma verdadeira novela mexicana que mistura drama, ironia e aquele toque de incoerência que só o nosso ilustríssimo gestor conseguiu proporcionar. Pena que nesse dramalhão o povo é que arca com o prejuízo da obra hilária do roteirista.
Precisamos explicar: Ocorre que através de Projeto de Lei endereçado – quase no apagar das luzes de seu mandato – para a Câmara Municipal, eis que Dr. AMÍLCAR ROCHA surgiu com um gesto magnânimo de responsabilidade fiscal. Afinal, ajustar as alíquotas de contribuição ao Regime Próprio de Previdência Social é uma exigência contida, a saber, ainda na Emenda Constitucional n. 103/2019 que, veja só, nunca foi efetivada pelos gestores municipais e que representa um passo fundamental para salvar o cambaleante BarreirinhasPrev do abismo que já se aproxima.
Um ato que, diga-se de passagem, deveria ser celebrado como um marco de competência administrativa. Mas não se engane, caro leitor, estamos falando de Amílcar Rocha, e com ele nada é tão simples.
Entenda direitinho: depois de protocolado pelo prefeito para ser apreciado pelos vereadores, o projeto foi então aprovado pela Câmara Municipal com unanimidade, demonstrando que, pelo menos por um breve momento, até os vereadores acreditaram no discurso de austeridade do prefeito. Um raro consenso no Parlamento, diga-se de passagem. Mas, como em todo bom drama, o clímax ainda estava por vir.
Ao receber a mensagem/anuncio da aprovação de seu projeto de lei, o prefeito decidiu exercer seu talento para a incoerência e — prepare-se para o trágico — vetou a própria norma que ele havia proposto. Sim, caro leitor, AMÍLCAR ROCHA resolveu dar um golpe nele mesmo, deu uma rasteira em si mesmo, para surpresa de ninguém que já acompanha sua carreira.
E por quê, você se pergunta? Bem, não é difícil imaginar. Talvez ele quisesse plantar uma armadilha para o próximo gestor municipal, ou talvez estivesse apenas pensando na popularidade entre os servidores que não estão exatamente ansiosos para ver suas contribuições previdenciárias aumentarem. Quem sabe? O que é certo é que o gesto não foi por altruísmo.
Assim, o mesmo prefeito que prometeu responsabilidade fiscal e respeito à legislação federal termina seu mandato com um movimento que só pode ser descrito como uma tentativa mal disfarçada de criar um problema futuro. Afinal, nada diz “compromisso com o interesse público” como uma decisão que torna a gestão do sucessor um verdadeiro campo minado.
E o BarreirinhasPrev? Bem, este segue como uma bomba-relógio, aguardando o próximo capítulo de sua saga. Enquanto isso, Amílcar Rocha nos deixa uma lição valiosa: não há limite para a criatividade quando se trata de governar com um toque de caos.
Ao novo gestor, desejamos sorte. Ele vai precisar.
Editorial Imaranhão
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