Editorial Imaranhão: O que vêm depois das eleições?

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A pergunta que muitos preferem ignorar, mas que logo se torna inevitável: o que vem depois das festas de posse? Claro, a resposta óbvia seria “a formação da nova equipe de assessores”, o tradicional desfile de prefeitos e vereadores subindo no palco e a troca de cadeiras. Mas, sejamos francos, isso é só o superficial. Há algo mais por trás dessa cena ensaiada, e a resposta, meus caros, não é nada doce.

Chegou a hora de pagar a conta.

Sim, depois de tanta euforia nas campanhas, é hora de encarar a realidade: os custos não se limitam às festas, aos jantares e às promessas vazias. Chegou a fase de ajustar as contas com quem ajudou a colocar os novos gestores no poder. Afinal, como qualquer bom negócio, quem investe espera retorno — e é nessa hora que a política revela sua verdadeira face.

Os compromissos financeiros feitos para garantir a vitória eleitoral precisam ser pagos, e isso, meus amigos, não fica para amanhã. Afinal, para os políticos eleitos, “o depois” é muitas vezes sinônimo de “esquecimento”. O desafio da gestão, com seus custos reais e problemas concretos, tende a sobrepor a facilidade das promessas de campanha. E quem investiu pesado quer seu retorno.

A farsa do esquecimento.

Vale dizer que não são apenas os vencedores que têm dívidas a saldar. Muitos políticos derrotados também têm um “custo” a cobrir: o desejo de apagar rastros. E quem melhor para exemplificar isso do que o ex-prefeito de [cidade], Amílcar Rocha? Ao fim de seu mandato, foi necessário sumir com documentos, apagar dados dos computadores e esconder qualquer vestígio de sua gestão desastrosa. Afinal, para ele, quanto menos provas, melhor. Quem perde, na política, às vezes tenta esconder o jogo — e o fez com maestria.

A engenharia financeira do novo governo.

Agora, a bola está com os novos prefeitos. Para muitos, os quatro anos de mandato podem servir para acalmar os credores. Mas como garantir que isso será feito? Vejamos o caso de Tutóia, onde a gestão de Viriato tomou uma decisão polêmica: ao invés de manter o Centro Administrativo, inaugurado por seu antecessor Diringa, ele resolveu voltar ao antigo modelo de aluguel de imóveis espalhados pela cidade. O que parecia uma economia inteligente (o Centro Administrativo foi um grande passo para reduzir gastos com aluguéis) agora se transformou em mais uma festa para os donos de imóveis, que, por sua vez, podem cobrar valores ainda mais altos devido à “demanda pública”.

Quem paga a conta?

Ao final, a verdade que todos sabem, mas preferem não encarar, é que quem realmente vai pagar a conta dessa bagunça financeira é o povo. A mesma população que, iludida pelas promessas de progresso e pelo glamour das festas de posse, acaba por bancar os custos da campanha eleitoral. Não se engane: quem ajudou a financiar as eleições não é o político que se senta na cadeira da prefeitura, mas sim o contribuinte. Seja pelos impostos, seja pelas emendas orçamentárias, o bolso do cidadão estará sempre na linha de frente quando o assunto for “ajuste de contas”.

Conclusão: a esmola é grande, mas até o santo desconfia.

Como sempre, a velha lição se mantém atual: quando a esmola é grande, até o santo desconfia. As campanhas eleitorais, que esbanjaram dinheiro de financiadores e recursos públicos, não ficam impunes. No fim das contas, quem paga o preço das festas eleitorais e dos acordos não tão republicanos é você, cidadão. A conta, como sempre, vai chegar — e será você quem terá que pagar.
Por enquanto, vamos deixando esse “ajuste de contas” para a próxima, já com a certeza de que ninguém acreditava, de fato, que essa fatura seria esquecida.

Editorial Imaranhão

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