Editorial Imaranhão: Crescimento do Turismo em Barreirinhas: Oportunidades e Desafios

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O setor turístico em Barreirinhas tem mostrado um crescimento contínuo nos últimos anos, mesmo sem dados atualizados sobre seu desempenho. A movimentação de turistas pelas ruas da cidade, especialmente no período pós-pandemia, evidenciou um aumento significativo, tornando o turismo o principal indutor do crescimento econômico local. Esse setor tem contribuído para a geração de empregos e a distribuição de renda, além de impulsionar a arrecadação de tributos municipais.

Entretanto, essa explosão turística não vem sem problemas. Não obstante o turismo figurar como principal alavanca de nossa economia, a ausência de políticas governamentais adequadas para gerenciar o aumento do fluxo de visitantes já traz consequências preocupantes. Nesse sentido, a cidade enfrenta um aumento dramático no número de acidentes envolvendo veículos, motos e quadriciclos, além de tráfego desordenado nas áreas urbanas e nas margens do rio preguiças.

Doutro ângulo, preocupante é observar que os espaços públicos estão, pela ausência de boa governança, sendo, pouco a pouco privatizados, com calçadas e áreas de uso coletivo ocupadas (indevidamente) por empresários e comerciantes, o que gera transtornos no trânsito e diminui o acesso da população local ao livre uso de calcadas e espaços públicos.

Dessa forma, embora a presença crescente de turistas signifique bons negócios para comerciantes e para o setor hoteleiro, a falta de ações efetivas por parte dos últimos prefeitos faz com que a sociedade como um todo enfrente as consequências dessa desorganização. É imprescindível que haja um debate envolvendo todos os sujeitos e, principalmente, a sociedade para que, se encontre uma forma de equilibrar o atendimento de qualidade aos visitantes com a manutenção da qualidade de vida da população local, pois essas demandas não são mutuamente exclusivas.

Nesse instante, resta evidenciado que os cidadãos já sentem na pele os impactos dessa situação: é recorrente a dificuldade em transitar pelas ruas, com o receio constante de atropelamentos por veículos off-road e pelo descontrole de motoqueiros e usuário de veículos sem qualquer regulamentação exigida pelas regras de transito.

Além disso, a perda dos espaços públicos é evidente, com o crescimento da privatização indiscriminada promovida por comerciantes. Locais como a Beira Rio e as calcadas do centro da cidade (mas isso é observado em toda a cidade), que deveriam ser de uso coletivo, se transformam em áreas restritas, ocupadas por mesas de estabelecimentos e veículos, dificultando o livre trânsito dos pedestres e o direito de usar dos equipamentos públicos de forma efetiva.

Essa problemática se torna ainda mais crítica quando analisamos a Beira Rio, uma das áreas mais centrais e valorizadas de Barreirinhas, recentemente revitalizada. Embora seja fundamental para o turismo, é essencial que esse espaço não seja visto apenas como um ambiente para turistas, mas como um local que deve beneficiar toda a população.

Portanto, urge iniciar um diálogo sobre o modelo de turismo desejado para Barreirinhas e o papel do poder público no ordenamento urbano. É preciso definir claramente os limites da exploração dos nossos atrativos naturais. Se a sociedade e o poder público não discutir abertamente esses desafios, o esgotamento das nossas riquezas naturais poderá se tornar uma realidade iminente.

Editorial Imaranhão

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