Denúncias de xenofobia contra brasileiros disparam em Portugal

A Xenofobia em Portugal é uma realidade que vem aumentando desde 2017. Segundo dados da Comissão para Igualdade e contra a Discriminação Racial, de 2017 a 2021, as denúncias de casos de discriminação no país aumentaram em 505%.

Portugal é o país europeu preferido por brasileiros para morar e procurar novas oportunidades de emprego. Somente no último ano, o número de residentes legais estrangeiros no país aumentou 36%.

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O que é xenofobia em Portugal?

O termo xenofobia diz respeito à discriminação de estrangeiros por parte dos moradores de um determinado local. No caso de Portugal, a xenofobia acontece quando os portugueses tratam estrangeiros de qualquer nacionalidade com atitudes ou comportamentos discriminatórios. Esses atos preconceituosos podem culminar em demonstrações de violência, abuso e exibições de ódio.

A palavra tem origem grega, do termo “xénos”, que significa “estrangeiro” ou “estranho” e “phóbos”, o equivalente a “medo”. Assim, a xenofobia nada mais é do que o medo do diferente ou do estrangeiro.

Há um entendimento entre o governo português de que os casos de xenofobia em Portugal são pontuais e de que o país “é aberto ao mundo” e “acolhe diversas pessoas que aqui querem viver”. Portugal tem uma população de 10,4 milhões de habitantes, e estima-se que cerca de 4% a 8% dessa quantia é representada por brasileiros.

Quais são os casos de xenofobia em Portugal?

Os últimos casos de xenofobia em Portugal que receberam mais destaque envolvem a agressão ao engenheiro brasileiro Saulo Jucá e a alegação de duas mulheres de terem dificuldades de acessar serviços básicos de saúde. Uma caixa de pedras para serem jogadas em brasileiros também foi encontrada em uma universidade portuguesa. Além disso, estudantes brasileiros alegam dificuldade de conseguir emprego e residentes são xingados em seus locais de trabalho.

Brasileiro é agredido por português em Braga

No dia 10 de junho de 2023, o engenheiro Saulo Jucá, de 51 anos, foi agredido na cidade de Braga. Ele foi reconhecido como brasileiro por seu sotaque, teve sua nacionalidade questionada e, ao confirmar que sua origem era Pernambuco, no Brasil, foi espancado por um português.

Saulo foi socorrido, internado e prestou queixa da agressão. O engenheiro diz que não foi a primeira vez que teve contato com falas xenofóbicas. Segundo ele, “A xenofobia aqui é uma coisa que, para eles, é normal, mas para a gente não é.”.

Brasileiras são vítimas de discriminação de gênero, racial e xenofóbica

Duas mulheres se encontraram com membros do governo brasileiro e relataram sofrer casos de discriminação de gênero, racial e xenofóbica. Elas também relatam dificuldade de acesso a serviços básicos, como o de saúde pública.

Caixa com pedras para serem jogadas em “brazucas”

Uma caixa com pedras foi encontrada no hall da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Os objetos estavam disponíveis para serem jogados em “zucas”, apelido de “brazucas”, nomenclatura preconceituosa para se referir a brasileiros em Portugal.

Estudantes em Portugal não conseguem entrar no mercado de trabalho

Mestrandos e Doutorandos de universidades portuguesas questionam se devem continuar no país após finalizar sua educação. Eles alegam não haver uma integração de estrangeiros no mercado de trabalho ou na academia.

Enquanto isso, faculdades portuguesas bateram recordes de 450 mil alunos matriculados, dos quais cerca de 19 mil são brasileiros. A alta de estudantes de graduação e pós-graduação em instituições de Portugal não se reflete no mercado de trabalho.

Mulher é xingada trabalhando em call center

Sergiana dos Santos, doutoranda na Universidade de Lisboa desde 2020, é alvo de agressões no call center em que trabalha. Segundo ela, clientes não querem ser atendidos por brasileiros e mandam estrangeiros voltarem para seus países.

Denúncias de xenofobia em Portugal crescem e se tornam uma preocupação para brasileiros

Denúncias de xenofobia em Portugal cresceram 505% entre 2017 e 2021. O governo federal do Brasil cobra “ações enérgicas” para apoiar a comunidade brasileira. Autoridades portuguesas afirmam trabalhar para mitigar esses atos discriminatórios.