Crise na Petrobras e ideia de ‘rodízio’ abrem disputa por vaga no conselho da estatal

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A crise dos dividendos na Petrobras abriu uma verdadeira corrida dentro do governo e entre investidores privados para emplacar indicações na nova composição do Conselho de Administração da estatal, que será votada pelos acionistas no dia 25 de abril. Pelas regras, os nomes devem ser públicos ao menos 30 dias antes da assembleia.

A União, que tem seis das 11 cadeiras, prepara mudanças na lista que já estava predefinida desde o início de fevereiro. Na semana passada, em meio à crise entre a direção da estatal e os integrantes do colegiado indicados pelo governo, foi anunciado que o Ministério da Fazenda terá direito a indicar um nome. O cotado é o secretário executivo adjunto da pasta, Rafael Dubeux.

Até o presidente do colegiado

 

Porém, diversas fontes ouvidas pelo GLOBO acreditam que a intenção do governo de fazer o rodízio de conselheiros entre as estatais tem como objetivo evitar novas crises como a da Petrobras. Por isso, dizem, o governo não descarta trocar mais nomes na petroleira sem gerar atrito com aliados políticos ou ministros.

Em um dos encontros, chegou a ser aventada a troca do presidente do Conselho de Administração da estatal, Pietro Mendes. Procurado, ele não retornou.

A corrida também está disputada entre os fundos privados, que hoje têm quatro assentos no Conselho. Segundo uma fonte, há pelos menos seis candidatos com “grande potencial”. Um dos quatro conselheiros que representam os minoritários não pode mais ser reconduzido.

Ontem, a Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec) fez uma reunião com a presença dos principais candidatos indicados pelos acionistas minoritários para apresentarem suas ideias.

— Havendo mais candidatos minoritários do que vagas, a eleição se torna muito mais complexa. Teoricamente, o que atenderia o melhor interesse da empresa e dos minoritários era buscar uma coalizão, de modo a ter nomes de consenso para as vagas disponíveis. Quanto mais candidatos tiver, melhora a posição do governo na eleição dos nomes deles — diz o advogado Leonardo Antonelli, representante de investidores minoritários.

A Amec disse ainda que há um grave ruído entre a Petrobras, os seus acionistas privados e o governo federal. O presidente da instituição, Fábio Coelho, afirmou, em nota, que os ritos processuais, comuns em companhias de capital aberto, estão comprometidos, e os canais institucionais da estatal não estão sendo respeitados.

“A gente aguarda até uma certa manifestação da própria área técnica da CVM cobrando postura dessas partes interessadas que estão se manifestando em nome da companhia. Isso não pode acontecer, sob pena de sanção”, afirmou em nota. ( o Globo )

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Da Redação

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