Com a prisão preventiva de Bolsonaro, país já soma dez ex-presidentes presos na História

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Com a prisão de Jair Bolsonaro, que já cumpria prisão domiciliar desde setembro, o Brasil chega à marca de dez ex-presidentes presos em diferentes momentos da história republicana — tanto no período pré-redemocratização quanto após o retorno da democracia.

Em abril deste ano, Fernando Collor foi preso para cumprir uma sentença de 2023, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) o condenou a oito anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relacionados à Operação Lava-jato. Atualmente, o ex-presidente cumpre pena em regime domiciliar.

O ex-presidente Michel Temer foi preso preventivamente duas vezes em 2019, também em desdobramentos da Lava-jato. Ele foi detido pela primeira vez em 21 de março, em São Paulo, e levado ao Rio de Janeiro. Quatro dias depois, foi solto.

A segunda prisão ocorreu em 9 de maio, quando ele se entregou voluntariamente. Cinco dias depois, o habeas corpus foi concedido. Temer não chegou a ser sentenciado nos processos.

Ex-presidente Michel Temer ao ser abordado e preso pela Polícia Federal, em 2019 — Foto: Reprodução/TV Globo

Ex-presidente Michel Temer ao ser abordado e preso pela Polícia Federal, em 2019 — Foto: Reprodução/TV Globo

Desde a redemocratização, o primeiro ex-presidente a ser preso havia sido Luiz Inácio Lula da Silva, em 2018, após condenação em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. O atual presidente ficou 580 dias detido, até que o STF anulou sua pena.

Lula se entrega à polícia, em 2018, e é preso para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro — Foto: Reprodução/TV Globo

Lula se entrega à polícia, em 2018, e é preso para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro — Foto: Reprodução/TV Globo

Antes da redemocratização, outros seis presidentes foram presos. Em 1968, Jânio Quadros foi detido após fazer críticas ao regime militar. O governo determinou que ele ficasse “confinado” em Corumbá, no Mato Grosso do Sul.

No mesmo ano, Juscelino Kubitschek foi preso por um curto período, após retornar do exílio e se unir a outros políticos na articulação da Frente Ampla, em oposição à ditadura. A prisão ocorreu na noite em que o AI-5 foi decretado.

Em 1955, o então presidente Café Filho, afastado por problemas de saúde, foi cercado pelo Exército e mantido incomunicável em sua própria casa. O Congresso o impediu de retomar o cargo.

Na Era Vargas, em 1930, dois presidentes foram presos. Washington Luís foi deposto pelo movimento liderado por Getúlio Vargas e detido antes de partir para o exílio. Já Artur Bernardes foi preso duas vezes: em 1932, por apoio à Revolução Constitucionalista, e novamente em 1939, após a decretação do Estado Novo.

Washington Luís deixa o Palácio Guanabara para ser preso, em 1930 — Foto: Agência O Globo

Washington Luís deixa o Palácio Guanabara para ser preso, em 1930 — Foto: Agência O Globo

Em 1922, Hermes da Fonseca teve a prisão decretada pelo presidente Epitácio Pessoa, após criticar a repressão a grupos contrários à eleição de Artur Bernardes.

Bolsonaro preso

 

Na manhã deste sábado (22), o ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente, em Brasília, pela Polícia Federal, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão mencionou risco de fuga, após uma convocação para uma vigília em frente ao condomínio do ex-presidente, feita na noite de sexta-feira (21) pelo senador Flávio Bolsonaro.

Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, quando Moraes determinou a medida por descumprimento de cautelares impostas ao ex-presidente. Em setembro, Bolsonaro foi condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. A condenação ainda não transitou em julgado e segue em fase de recursos. A prisão deste sábado não está relacionada a essa sentença.

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Da Redação

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