O ex-presidente dos Correios Fabiano Silva dos Santos, o “Churrasqueiro de Lula”, receberá mais de R$ 300 mil após pedir demissão da estatal. O valor será pago em seis meses, após autorização da Comissão de Ética Pública da Presidência.
A quarentena remunerada foi concedida porque Santos recebeu convite para atuar como consultor no escritório CM Advogados, ligado ao presidente do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho. O órgão considerou que a ida ao setor privado poderia gerar conflito de interesse devido às informações privilegiadas dos Correios. Ele deverá trabalhar com temas de logística, infraestrutura, mercado postal e setor imobiliário.
O pagamento corresponde ao salário do presidente dos Correios, hoje em R$ 53 mil. Quando comandava a estatal, Santos aprovou um reajuste de 14% no próprio salário, que passou de cerca de R$ 47 mil para o valor atual.
A saída ocorre em meio à pior crise dos 362 anos dos Correios. De janeiro de 2023 a julho de 2025, o prejuízo acumulado chegou a R$ 7,5 bilhões. Só no primeiro semestre de 2025, o déficit passou de R$ 4 bilhões.
O rombo supera três vezes o orçamento do Ministério do Esporte em 2024, é maior que os R$ 4 bilhões previstos para o Farmácia Popular em 2025 e ultrapassa o gasto anual do auxílio gás, de R$ 3,5 bilhões.

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