O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, afirmou que o crime organizado no Brasil está ligado a grupos com grande poder econômico e que os principais chefes dessas organizações vivem com luxo, longe das comunidades. A declaração foi feita durante o Simpósio de Direito Eleitoral, realizado pela Escola Judiciária do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA), em São Luís.
Em seu discurso, Dino destacou a importância da atuação conjunta entre o Judiciário e a segurança pública no combate às facções criminosas e à lavagem de dinheiro. Segundo ele, é preciso que a aplicação da lei penal alcance todos os níveis da sociedade, sem distinção de classe social.
“O crime organizado não está no morro. O crime organizado não está nos bairros periféricos. Ou alguém acha que aqueles jovens têm dinheiro para comprar fuzil ou fabricar cocaína? Os chefes do crime organizado moram em apartamentos de frente para o mar. Isso é uma afirmação baseada em provas”, disse o ministro.
Dino também relatou casos que acompanhou enquanto era ministro da Justiça, quando a maior apreensão de fuzis do país foi feita em uma mansão na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde havia carros de luxo como Ferraris e BMWs.
O ministro explicou que o dinheiro do tráfico e de outras atividades ilícitas circula em mercados formais, como o imobiliário, bancos e fintechs, e não está nas mãos dos jovens das periferias, que muitas vezes são apenas a ponta visível do problema.
“O dinheiro do narcotráfico está nos bancos, nas fintechs e no mercado imobiliário. O papel do Judiciário é aplicar a lei penal no lugar certo, garantindo igualdade perante a lei e evitando demagogias”, afirmou Dino.
Durante a palestra, o ministro também criticou o que chamou de “garantismo de ocasião”, quando o sistema de Justiça é usado para proteger elites e tornar ineficaz o combate ao crime organizado.
O Simpósio de Direito Eleitoral reuniu magistrados, advogados e autoridades para debater temas como democracia, segurança pública e aplicação da lei penal no Brasil.
                                            
                                            
                                            
                                            
                                            
                                            
                                            
                                            
                                            
                        
                                    
                                    
                                    
                                    
                
                                    
                                    
                                    
                                    
                                    
                            
                            
                            
                            
                            
                                                        
                                                
                                                
                                                
                                                
                                                
                                                
                                                
                                                
+ There are no comments
Add yours