
Relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) obtidos pela coluna indicam suspeitas de direcionamento e superfaturamento em eventos gospel financiados com emendas parlamentares do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP). A auditoria também identificou irregularidades em um projeto voltado a ambulantes, igualmente custeado por verbas destinadas pelo parlamentar.
Os documentos foram produzidos após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino. Nesta etapa, a CGU avaliou repasses feitos a 34 entidades entre 2020 e 2024, envolvendo recursos encaminhados por diversos parlamentares. O prejuízo potencial ao erário pode superar R$ 15 milhões.
Embora os relatórios não citem nomes de deputados e senadores, a coluna identificou pelo menos três emendas de Randolfe com indícios de irregularidade. Todas foram feitas via emendas Pix — as chamadas transferências especiais — repassadas ao governo do Amapá, que então direcionou os valores às entidades responsáveis pelos eventos. Esse modelo de repasse está sob análise do STF devido ao menor grau de transparência.
Entre os casos citados está o 3º Festival de Cultura Gospel, realizado em Santana (AP) em junho de 2024. O evento, organizado pelo Instituto Brasil Futuro (Ibraf), recebeu R$ 1 milhão em verbas parlamentares — metade delas indicada pelo senador Randolfe Rodrigues e os outros R$ 500 mil pelo deputado Josenildo (PDT-AP).


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