Cerca de 37% dos reajustes salariais apresenta ganho real

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De acordo com o último Boletim “De olho nas negociações” (nº 22), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cerca de 37% dos reajustes das categorias com data-base em junho, resultara em ganhos reais aos salários. É o maior percentual de reajustes acima da inflação por data-base, desde setembro de 2020, quando foram observados aumentos reais em cerca de 44% dos casos examinados.

O percentual de resultados em valor igual à inflação, em junho, ficou também próximo a 37%. Já os reajustes abaixo da inflação representaram 26% dos casos. A análise tomou como referência a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação à variação real média dos reajustes, o valor alcançado em junho (-0,58%), ainda que negativo, é o melhor no período. O dado reflete alguma melhora nas negociações salariais, embora ainda insuficiente para resultar em um valor acima do INPC-IBGE. Um valor positivo de variação real média dos reajustes foi apurado pela última vez em setembro de 2020 e ficou 0,1% acima do índice de inflação oficial.

Reajustes parcelados 

Na data-base junho, cerca de 7% dos reajustes foram definidos para serem pagos em duas ou mais parcelas. O percentual é inferior em dois pontos percentuais ao observado em maio deste ano (de acordo com a última atualização dos dados dessa data-base) e quase 10 pontos percentuais inferior ao de junho de 2021, o que pode ser considerado bom sinal.

Os reajustes escalonados (pagos diferenciadamente segundo faixa salarial ou tamanho da empresa) foram observados em cerca de 9% dos casos analisados em junho. É o menor percentual em uma data-base de 2022, mas é praticamente igual ao registrado em junho do ano anterior.

Resultados acumulados em 2022 

Ainda segundo o Dieese, com a entrada dos dados de junho, houve pouca alteração no quadro dos reajustes salariais de 2022, em relação ao apurado no Boletim anterior. Os reajustes abaixo da inflação representam atualmente 43,4% do total no ano; iguais ao INPC são 35,2%; e acima, 21,4%. A variação real média dos reajustes, no acumulado do ano até junho, é de -0,80%.

Em relação ao desempenho setorial das negociações salariais, em 2022, as categorias da indústria e do comércio são as que apresentaram maior frequência de reajustes iguais e acima da infl ação – com maior presença de resultados iguais à inflação no comércio e acima na indústria. No setor de serviços, cerca de 51% dos reajustes estão abaixo do INPC-IBGE.

Em relação ao quadro regional em 2022, as negociações do Sul do país seguem com o maior percentual de reajustes iguais e acima do INPC-IBGE (75,6%). É no Sudeste, porém, onde se observa a maior frequência de reajustes acima da inflação (26,3%). Em outra ponta da escala, o Centro-Oeste é a região onde a distribuição dos resultados foi mais desfavorável aos trabalhadores no primeiro semestre do ano.

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Da Redação

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