
Os casos de estupro na Amazônia Legal cresceram em 2024, e o Maranhão seguiu a tendência, registrando aumento de 14% em comparação com o ano anterior. O estado passou de 1.594 para 1.811 ocorrências, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Na região como um todo, foram contabilizados mais de 13 mil registros, resultando em uma taxa de 90,4 casos por 100 mil habitantes — número 38% superior à média nacional. O estudo também revela um dado alarmante: 77% das vítimas tinham 14 anos ou menos.
Além do aumento da violência sexual, o levantamento aponta a expansão de facções criminosas, como Comando Vermelho e PCC, em diversos municípios da Amazônia Legal. O avanço dessas organizações tem ampliado práticas de controle social que atingem mulheres, inclusive aquelas sem qualquer envolvimento com o crime.
Segundo o FBSP, a combinação entre fronteiras vulneráveis, ausência do Estado e a lógica machista e punitiva adotada pelas facções contribui diretamente para o crescimento dos casos de violência sexual. Em áreas dominadas, grupos criminosos impõem punições, vigilância rígida e até execuções como forma de controle territorial e social.
O relatório reforça a necessidade urgente de políticas públicas específicas para proteger mulheres e crianças nas regiões mais isoladas e fragilizadas da Amazônia Legal.


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