Julio Casares se manifestou pela primeira vez sobre um esquema de venda ilegal de um camarote no Morumbis, que envolveu dois membros da diretoria do São Paulo: Douglas Schwartzmann e Mara Casares, sua ex-esposa.
Em um longo texto publicado em suas redes sociais, o presidente do Tricolor inicialmente se explicou pela demora para se manifestar, dizendo que “a prioridade é a de que tudo seja esclarecido”, e prometeu rigor nas investigações para apurar o que aconteceu.
“Não defendo e nem pratico prejulgamento e condenação prévia. Acredito no amplo direito à defesa. Mas ressalto que, seja qual for o resultado da sindicância, vamos agir com rigor com quem quer que eventualmente seja apontado com conduta inadequada no clube. Não há e nem haverá favorecimento por proximidade, amizade, parentesco, função ou alinhamento político.”
O esquema, publicado inicialmente pelo GE e confirmado pela ESPN, contou inclusive com áudios vazados em que Douglas Schwartzmann admite que ele e outras pessoas estavam ganhando dinheiro indevido. Logo após a publicação, tanto ele como Mara formalizaram o pedido de afastamento das funções diretivas.
Apesar da proximidade de ambos com Casares, o presidente do São Paulo descartou que isso será levado em consideração em uma eventual punição: “Casos como este não podem passar sem serem devidamente esclarecidos, e isso será feito por meio da sindicância que foi instaurada imediatamente após a revelação do episódio. Este trabalho está sendo feito em duas frentes: a primeira e mais importante é a auditoria externa, para que não hava nenhuma possibilidade de interferência política ou de influência de poder”.
Por fim, Julio Casares pediu o fim desse tipo de atitude dentro do clube, e pediu união em prol dos bens do São Paulo. “Não podemos conviver com malfeitos de nenhuma natureza. Nenhuma pessoa é e nunca será maior que o São Paulo Futebol Clube”.
Pressionado?
O posicionamento ocorre em meio a uma crise política crescente no São Paulo. Conselheiros ligados à oposição, reunidos no movimento “Salve o Tricolor Paulista”, divulgaram uma nota pedindo o afastamento cautelar de Julio Casares e de outros dirigentes citados nos áudios, sob o argumento de que a investigação precisa ocorrer de forma “plena, independente e imparcial”. O grupo sustenta que a localização do camarote envolvido, identificado como o espaço 3A, a chamada “sala da presidência”, no setor leste do Morumbis, dificulta afastar a hipótese de conhecimento prévio da cúpula do clube.


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