O Brasil registrou 756.530 pessoas desaparecidas entre 2015 e 2024, média de 207 casos por dia. De acordo com dados levantados no Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, houve aumento de 5,9% entre 2015, com 75.809 ocorrências dessa natureza, e 2024, com 80.333.
O recorde de desaparecimentos ocorreu em 2019, com 81.131 casos. Os anos seguintes apresentaram redução, principalmente no decorrer da pandemia. No entanto, 2024 apontou novo aumento – o terceiro maior no ranking de pessoas sumidas.
André Lobo, promotor de Justiça do Ministério Público de Goiás, explica que o fenômeno do desaparecimento ainda precisa ser mais estudado e debatido, pois, no geral, é mais lembrado quando envolve casos polêmicos, como o da irmã do ex-lutador de MMA Vitor Belfort.
O promotor também aponta que nem sempre a motivação é relacionada a algum crime. Existem desaparecimentos que acontecem por dependência química, perda de contato voluntário, transtornos psiquiátricos e conflitos familiares.
No estado de Goiás, existe o Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (Plid), um serviço do Centro de Apoio Operacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos do Ministério Público, que atua no monitoramento e na sistematização de informações sobre pessoas desaparecidas. Os registros feitos nas delegacias são comunicados ao programa, que os insere no Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid).
“A partir disso, o Ministério Público acompanha os casos e utiliza os dados para formulação de políticas públicas voltadas à redução do número de desaparecimentos, sem prejuízo da fiscalização dos órgãos responsáveis”, detalha o promotor.
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