
O Brasil apresentou, em 2024, a maior redução no número de nascimentos desde o início da década de 1990. Dados do Registro Civil divulgados nesta quarta-feira (10/12) pelo IBGE mostram que o país teve 2.442.726 registros de nascimentos, uma queda de 5,8% em relação a 2023 — percentual superior ao previsto pelo instituto.
O recuo representa 146.366 nascimentos a menos em comparação ao ano anterior e marca o sexto ano consecutivo de diminuição da natalidade. A queda registrada em 2024 supera inclusive períodos críticos, como 2020, auge da pandemia de Covid-19 (-4,7%), e 2016, quando o surto de Zika reduziu a taxa de nascimentos (-5,1%).
Segundo o IBGE, ainda não há explicação conclusiva para a intensidade da queda. A análise mais detalhada depende da liberação de microdados do Censo 2022, que está atrasada. Contudo, o instituto destaca que o resultado está alinhado a tendências já observadas nos últimos anos:
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Redução da fecundidade, com menos filhos por mulher;
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Envelhecimento da população;
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Queda significativa da maternidade na adolescência — de 20,8% para 11,3% em duas décadas;
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Aumento do adiamento da maternidade, especialmente entre mulheres com maior escolaridade.
Projeções do próprio IBGE indicam que, caso o ritmo se mantenha, a população brasileira poderá começar a diminuir a partir de 2042.


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