A tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisou ser trocada na madrugada deste sábado após uma violação considerada grave pelos órgãos de monitoramento. A informação foi apurada pelo blog de Andréia Sadi junto a investigadores. O equipamento será periciado pela Polícia Federal.
A suposta violação foi uma das principais justificativas usadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para converter a prisão domiciliar de Bolsonaro em prisão preventiva.
Segundo Moraes, o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal emitiu um alerta às 0h08 sobre o problema no dispositivo.
A Lei de Execução Penal determina que o monitorado deve manter o funcionamento adequado da tornozeleira e está proibido de remover, danificar ou permitir que terceiros alterem o equipamento. Em caso de problema, o monitorado deve receber uma visita técnica. Se a situação não for solucionada, o juiz é imediatamente comunicado.
Outro ponto citado por Moraes foi a localização do condomínio onde Bolsonaro mora — cerca de 13 km do Setor de Embaixadas Sul, percurso que pode ser feito em menos de 15 minutos. O ministro lembrou que, em fevereiro de 2024, Bolsonaro passou duas noites na Embaixada da Hungria, após ser alvo de uma operação da PF.
Além disso, investigações anteriores identificaram que o ex-presidente chegou a planejar fuga para a Embaixada da Argentina para solicitar asilo político.
Na decisão, Moraes também menciona a vigília convocada na sexta-feira pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na porta do condomínio do pai. Para o ministro, a mobilização poderia criar condições para uma tentativa de fuga.
🔎 Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, acusado de atrapalhar investigações em outro inquérito. Com a decisão deste sábado, a medida foi convertida em prisão preventiva.
A prisão de hoje não está relacionada à condenação de mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
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