Bolsonaro é o primeiro presidente do Brasil que vai para o segundo turno com menos votos que o adversário

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Superado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem enfrentará daqui a quatro semanas no segundo turno, Jair Bolsonaro (PL) será o primeiro presidente em busca da reeleição a encarar uma nova rodada de votação tendo ficado atrás do adversário no primeiro turno. No momento da confirmação do resultado, com 96,93% das urnas apuradas, o petista tinha 47,85% dos votos válidos enquanto o atual ocupante do Palácio do Planalto, que teve desempenho acima do mensurado pelas pesquisas eleitorais, somou 43,70%. Desde 1997, quando a legislação passou a permitir a disputa de um segundo mandato consecutivo, todos os três chefes do Executivo que tentaram — incluindo o próprio Lula, uma vez — tiveram melhor desempenho nesta missão.

Até a emenda constitucional que liberou a reeleição, aprovada no Congresso em fevereiro de 1997 em meio a acusações de compra de votos de parlamentares, não era permitido para presidentes, governadores e prefeitos perpetuar-se no poder por mais de um ciclo. Autorizado pela mudança, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) alcançou 53,1% dos votos nas urnas e reelegeu-se em primeiro turno no ano seguinte.

O próximo a recorrer ao artifício foi justamente Lula, em 2006. Com a aprovação em alta ao fim do mandato inaugural, ele bateu na trave na primeira rodada de votação, com 48,6% da preferência dos eleitores. O segundo turno, porém, ficou marcado pela queda de desempenho de Geraldo Alckmin, hoje vice do petista, que viu seus votos minguarem de 41,6% para 39,2% do total em quatro semanas, sendo derrotado pelo então presidente.

A sucessora de Lula, Dilma Rousseff (PT), foi a próxima a tentar — e conseguir — a reeleição. Em 2014, depois de obter 41,6% da votação no primeiro turno, ela superou Aécio Neves (PSDB) em um confronto apertadíssimo. A petista somou 51,6% dos votos no segundo turno, contra 48,4% do tucano, em uma diferença de pouco mais de 3 milhões de eleitores entre os dois.

Alvo de um impeachment em 2016, Dilma foi substituída no cargo pelo vice Michel Temer (MDB). O novo presidente, contudo, não chegou a disputar a reeleição dois anos depois, deixando o posto de candidato emedebista no pleito para Henrique Meirelles, seu ex-ministro da Fazenda. Meirelles, entretanto, amargou apenas a sétima posição na disputa vencida por Jair Bolsonaro.

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Da Redação

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