Bolsonaro cria um cenário de insatisfação no partido e na própria família

A indicação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato à Presidência, feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, cria um cenário de insatisfação no partido e na própria família. Conforme apurado, Flávio foi orientado a intensificar viagens, confrontar o presidente Lula e articular palanques nos estados.

A iniciativa partiu do ex-presidente, que desejava manter um nome da família na liderança da chapa. No núcleo bolsonarista, as opções consideradas eram Flávio ou Michelle Bolsonaro. No entanto, a cúpula do PL preferia o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, visto como mais competitivo.

Fontes indicam que a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, demonstrou descontentamento por não ter sido consultada sobre a decisão. A situação teria gerado uma discussão interna, na qual o deputado Eduardo Bolsonaro teria defendido que ela, por ser cristã, aceitasse a escolha do marido. Dirigentes do PL também reclamam de não terem participado das conversas.

O perfil do senador, que está no cargo desde 2019, é considerado mais pragmático e com maior capacidade de diálogo com o centro político. Essa característica pode auxiliar na construção de alianças, mas também arrisca gerar rejeição na ala mais radical do bolsonarismo.