Diferentemente das edições anteriores, a corrida pela Bola de Ouro de 2025 se desenha como uma das mais equilibradas da última década, e quiçá, de todos os tempos. Cinco jogadores surgem como candidatos legítimos ao prêmio de melhor jogador do mundo, que será entregue a partir das 16h (de Brasília), em uma cerimônia realizada no Théâtre du Châtelet, em Paris, na França: Ousmane Dembélé (PSG), Lamine Yamal (Barcelona), Raphinha (Barcelona), Mohamed Salah (Liverpool) e Vitinha (PSG).
Cada um, à sua maneira, construiu uma temporada de impacto e chega com argumentos sólidos para convencer os jurados de que merece levar a Bola de Ouro para casa. Raphinha, por exemplo, foi o jogador com mais participações em gols na temporada. O brasileiro somou 39 gols e 25 assistências em 64 partidas — uma média de uma por jogo — e ainda ganhou o Campeonato Espanhol, a Copa do Rei e a Supercopa da Espanha pelo Barcelona.
Raphinha pode se tornar o primeiro brasileiro desde 2007 a vencer a Bola de Ouro — Vinicius Junior, na temporada passada, foi quem chegou mais perto, ao ficar em segundo lugar, perdendo a disputa para o espanhol Rodri, do Manchester City. Kaká foi o último atleta do Brasil a levar o troféu.
Quem ganhou os mesmos títulos de Raphinha foi o jovem Lamine Yamal, de 18 anos, também indicado ao Troféu Kopa, entregue ao melhor jogador sub-21 da temporada. O atacante brilhou em jogos grandes, e seus números expressivos de incríveis 43 participações — 21 gols e 22 assistências — o colocam como um forte concorrente, apesar da pouca idade pesar negativamente na disputa.
— Dembélé (deve ganhar a Bola de Ouro). Por títulos, por números, e porque ainda é muito cedo para Lamine — apontou Aritz Gabilondo, editor-chefe de futebol internacional do jornal AS, da Espanha.
É bem verdade que Dembélé leva um ligeiro favoritismo na disputa pela premiação. Seus números na temporada, somados ao peso dos títulos conquistados com o Paris Saint-Germain, o transformam em um forte concorrente, mesmo que ele não tenha brilhado na Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Ao todo, o francês soma 51 participações em gols e quatro títulos na temporada: Liga dos Campeões, Campeonato Francês, Copa da França e Supercopa da França.
Segundo a France Football, revista francesa criadora da Bola de Ouro, o prêmio é concedido pela temporada anterior com base em três critérios: 1°) o desempenho individual, 2°) o desempenho coletivo e conquistas da equipe e 3°) classe e fair play. Se, de fato, os títulos forem determinantes para um jogador ser eleito o melhor do mundo, Vitinha não pode ser descartado.
Mesmo com o menor número de participações em gols entre os concorrentes — são 16 no total —, o meia português foi o maestro do PSG e conquistou quase todos os títulos que disputou. Além das taças com o clube francês, Vitinha ainda venceu a Liga das Nações com a seleção portuguesa.
Salah seria uma zebra
Constantemente entre os melhores jogadores do mundo, Mohamed Salah corre por fora. Eliminado cedo na Champions, o atacante egípcio tem somente a Premier League, da qual foi eleito o melhor jogador, como conquista. Seus números, porém, o mantêm vivo: 36 gols e 23 assistências, perdendo apenas para Raphinha neste quesito.
A votação conta com a participação de jornalistas dos 100 países mais bem posicionados no ranking da Fifa. Cada votante seleciona 10 jogadores em ordem decrescente de mérito, a partir da lista de 30 indicados, e os escolhidos recebem, respectivamente, 15, 12, 10, 8, 7, 5, 4, 3, 2 e 1 pontos. Em caso de empate, os atletas são separados pelo número de votos em primeiro lugar.
No cenário atual, Dembélé e Yamal parecem ligeiramente à frente, mas a indefinição é o que torna a disputa deste ano tão especial. Pela primeira vez em muito tempo, não há um favorito claro, e cada voto pode ser decisivo.
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