O Banco Central (BC) enviou ao ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Jhonatan de Jesus, detalhes sobre a liquidação extrajudicial do Banco Master, do empresário Daniel Vorcaro. O documento, enviado na segunda-feira (29/12), lista supostas irregularidades que motivaram a medida e relata a existência de nova investigação encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) sobre fraudes cometidas pelo banco.
A resposta do BC foi assinada pelos diretores de Fiscalização, Ailton de Aquino Santos, e de Reorganização do Sistema Financeiro, Renato Gomes. O envio ocorreu após Jhonatan de Jesus solicitar esclarecimentos sobre supostos indícios de precipitação na liquidação do Master.
Entre as irregularidades apontadas estão atrasos na entrega de documentos contábeis, esgotamento de carteiras de crédito geradoras de fluxo de caixa, comprometimento da solvência do conglomerado, operações estruturadas sem geração de fluxos financeiros relevantes e cessão de carteiras de crédito com ativos inexistentes ou insubsistentes. O BC destacou ainda falhas no gerenciamento de risco de crédito e insuficiência de capital, além da inexistência de ativos líquidos para dar suporte às operações estruturadas.
Além disso, o BC comunicou ao MPF, em 25 de novembro de 2025, indícios de condutas relacionadas à gestão fraudulenta, realização de operações simuladas e uso de artifícios para criar aparência de legalidade em operações sem substância econômica. Segundo o BC, recursos do banco teriam sido reciclados por meio de fundos e sociedades interpostas, mantendo o mesmo beneficiário econômico e violando princípios de transparência e segregação fiduciária, configurando possível fraude.
Na tarde desta terça-feira (30/12), o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino Santos, prestarão depoimento à Polícia Federal por suposta fraude de R$ 12 bilhões na venda de carteiras de crédito ao BRB.
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