Aumento de casos da varíola provoca ataques contra macacos no Brasil

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) condenou os casos de envenenamento e apedrejamento para evitar contágio com a doença

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) condenou ataques contra primatas no Brasil como forma de prevenção à varíola dos macacos. A entidade internacional enfatizou que o atual surto da doença no país não está ligado aos animais, e sim à transmissão entre seres humanos.

Segundo Margaret Harris, porta-voz da OMS, o aumento de casos provocou uma onda de relatos em várias cidades do Brasil sobre ataques físicos e envenenamentos de macacos. “As pessoas têm que saber que a transmissão que estamos vendo agora é entre humanos e certamente não deveriam atacar os animais”, afirmou.

Em uma reserva natural da cidade de Rio Preto, no Estado de São Paulo, pelo menos oito primatas foram envenenados ou feridos intencionalmente em menos de uma semana, conforme mostrou reportagem do programa Fantástico. Um dos animais, inclusive, já estava morto. Os outros sete apresentavam sinais de possível intoxicação.

Os macacos foram socorridos por equipes da Polícia Ambiental e do zoológico da cidade. Eles suspeitam que os animais foram atacados depois da confirmação de três casos positivos de varíola dos macacos na região. Até o momento, o Brasil registra mais de 1.700 casos e uma morte pela doença, segundo a OMS.

“Qualquer estigmatização de qualquer pessoa infectada aumentará a transmissão, porque se as pessoas tiverem medo de se identificar como infectadas, não receberão atendimento e não tomarão precauções”, ressaltou a porta-voz Margaret Harris. “Portanto, não estigmatize nenhum animal ou qualquer humano, porque se você fizer isso, teremos um surto muito maior.”

Perigos da doença

O Ministério da Saúde confirmou, nesta sexta-feira, 29, a primeira morte por varíola dos macacos (monkeypox) no Brasil. O paciente estava internado no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, e morreu na quinta-feira 28.

“Trata-se de um paciente do sexo masculino, 41 anos, com imunidade baixa e comorbidades, incluindo câncer (linfoma), que o levaram ao agravamento do quadro. Ficou hospitalizado em hospital público em Belo Horizonte, sendo depois direcionado ao CTI. A causa de óbito foi choque séptico, agravada pela monkeypox”, divulgou o Ministério da Saúde, em nota.

Apesar de 98% dos casos de varíola dos macacos terem sido identificados entre homens que fazem sexo com homens, o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que “qualquer pessoa exposta pode pegar a varíola dos macacos”.

“Os países devem se engajar e capacitar as comunidades de homens que fazem sexo com homens para reduzir o risco de infecção e transmissão posterior, prestar cuidados aos infectados e salvaguardar os direitos humanos e a dignidade”, completou.

 

Revista Oeste

 

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