Lula anunciou nesta quinta o nome de Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, como ministra da Igualdade Racial de seu futuro governo. A diretora-executiva do instituto Marielle Franco disse que aceitou a indicação em nome da memória de sua irmã, assassinada em março de 2018 no Rio de Janeiro durante o seu mandato de vereadora.
“Recebi o convite do presidente Lula para ser ministra da pasta de Igualdade Racial. Depois de refletir com minha família, companheiras de caminhada e movimentos, aceitei o desafio. [Faço isso] Em nome da memória de minha irmã e das mais de 115 milhões de pessoas negras no Brasil, que são maioria da população e que precisam de um governo que se preocupe com os seus direitos de bem viver, de oportunidades, com segurança, comida, educação, emprego, cultura, dignidade”, disse ela.
Segundo Anielle, é preciso que mais pessoas negras e LGBTQI+ estejam em espaços estratégicos no país. “Precisamos de mais de nós em todos os espaços de decisão da sociedade e seguiremos por todos os lados inspirando, conectando e potencializando mulheres negras, pessoas LGBTQIAP+ e periféricas a seguirem movendo as estruturas”, disse.
Leia a íntegra da manifestação de Anielle Franco após ser confirmada como futura ministra de Lula:
Recebi o convite do presidente Lula para ser Ministra da pasta de Igualdade Racial. Depois de refletir com minha família, companheiras de caminhada e movimentos, aceitei o desafio. Em nome da memória de minha irmã e das mais de 115 milhões de pessoas negras no Brasil, que são maioria da população e que precisam de um governo que se preocupe com os seus direitos de bem viver, de oportunidades, com segurança, comida, educação, emprego, cultura, dignidade.
Encaro com orgulho e responsabilidade a missão de estar na Seppir em 2023, órgão que foi pleiteado e conquistado pelo movimento negro anos atrás e construído pela gestão do presidente Lula. O movimento negro brasileiro há séculos vem pautando reivindicações e as principais políticas públicas de reparação e justiça neste país. Minha relação com o movimento se estreitou nos últimos cinco anos, mas tenho certeza que é por meio da troca, diálogo, abertura e participação que vamos avançar na busca por igualdade e dignidade para pessoas negras, todas as etnias, nações e povos que habitam o nosso país.
Esse não será um ministério isolado. Vamos trabalhar com todos os ministérios para recuperar o retrocesso que foi feito nos últimos anos no Brasil e para avançar de uma forma urgente, necessária e inédita na garantia de direitos e dignidades para o nosso povo, para que possamos construir o Brasil do futuro.
O Instituto Marielle Franco seguirá firme defendendo a memória, lutando por justiça, multiplicando o legado e regando as sementes da minha irmã. Eu deixarei de ocupar o cargo de Diretora Executiva no Instituto, que será gerido temporariamente pela nossa equipe de gestão e apoiado pelo conselho e pela família até que seja feita a transição completa.
Precisamos de mais de nós em todos os espaços de decisão da sociedade e seguiremos por todos os lados inspirando, conectando e potencializando mulheres negras, pessoas LGBTQIAP+ e periféricas a seguirem movendo as estruturas.
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