Pelo menos nove cidades do Maranhão fizeram protestos nesta segunda-feira (06), seguindo o ato nacional dos Institutos Federais, contra o corte de mais de 30% no orçamento geral das universidades públicas e institutos federais. O anúncio foi feito pelo Ministério da Educação na semana passada.
Ao portal MA10, a assessoria de comunicação do Instituto Federal do Maranhão confirmou mobilizações nas cidades de Bacabal, Codó, Itapecuru-Mirim, Pinheiro, Zé Doca, São José Ribamar, Imperatriz, São João dos Patos e Araioses. Em Caxias, o protesto será realizado na quarta-feira (08).

“Os IFMAs em nosso Maranhão estão se levantando energicamente contra esses abusos do governo federal. As mobilizações realizadas hoje mostram que a comunidade IFMA não vai aceitar tamanho absurdo”, disse o deputado federal e presidente do PCdoB/MA, Márcio Jerry, sobre os protestos.
De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o contingenciamento atingiu 20% da verba para custeio (ou seja, serviços de manutenção, limpeza, segurança, entre outros), e 90% da verba de investimento (custos de uma obra, reforma ou construção, por exemplo).
Em Itapecuru-Mirim, a 108 quilômetros da capital maranhense, estudantes também fizeram manifestação pacífica contra o pronunciamento do ministro da Educação, Abraham Weintraub, sobre corte de recursos de instituições que não apresentassem desempenho acadêmico esperado e estivessem promovendo “balbúrdia” em seus campi. À época, Weintraub afirmou ainda, que as universidades têm permitido que aconteçam em suas instalações eventos políticos ou festas inadequadas ao ambiente universitário, e disse que as instituições deveriam estar “com sobra de dinheiro” para fazer “bagunça e evento ridículo”.
No leste maranhense, o diretor interino do IFMA em Codó, professor Jandherson Moura Silva, disse que desde o início do ano as empresas [que prestam serviços para o Instituto] têm feito o fornecimento, porém como o recurso que chega é insuficiente para cobrir todas as notas autorizadas, as empresas resolveram suspender a entrega de gêneros alimentícios. Atualmente, o Campus Codó disponibiliza de 1.200 a 1.400 refeições/dia. “Estamos trabalhando para regularizar essa situação […], a gente está vendo junto à administração a solução para essa situação”.
O senador Weverton (PDT-MA) criticou o corte no orçamento anunciado pelo MEC; o contingenciamento de verbas chega ao montante de R$ 5,8 bilhões. “Não vamos sair da crise desestimulando o pensar. Eu gostaria de saber qual a definição técnica de balbúrdia que justifique um corte de 30% do orçamento anual. O contingenciamento desses recursos atinge despesas destinadas a custear gastos como água, luz, limpeza e bolsas de auxílio a estudantes”, ressaltou o parlamentar, que é líder da bancada do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Senado.
O PDT, inclusive, entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF). “O PDT não vai admitir um absurdo como esse. A justificativa dada pelo governo não tem sentido”, afirmou o senador.
Em Imperatriz, os líderes da movimentação ainda aguardam deferimentos importantes para a unidade. Na manhã desta segunda-feira (06), estudantes fizeram uma manifestação em frente ao campus. Vestindo camisetas pretas, eles gritavam as palavras de ordem “tira mão do meu IF”:
+ There are no comments
Add yours