Agência de checagem financiada pela União Europeia, UOL, Folha e Revista Fórum classificam que mortes de bebês pelo Hamas como “supostas”

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Agências de checagem financiadas pela União Europeia, UOL, Folha e Revista Fórum têm sido alvo de críticas após questionarem a alegação de mortes de bebês degolados pelo Hamas.

A agência de checagem Lupa, o UOL, o Estado de Minas e a Revista Fórum foram acusados de minimizar a alegação de que o Hamas teria degolado cerca de 40 bebês em Israel, classificando-a como inconsistente, suposta, falsa ou não confirmada.

A agência Lupa, financiada pela União Europeia e, segundo algumas fontes, pelo governo federal devido ao seu histórico de defesa do ex-presidente Lula e de sua equipe de governo, alega que nenhuma fonte oficial do governo, órgãos ou porta-vozes confirmaram a informação trazida pela repórter Nicole do i24News.

Em suas publicações, a agência Lupa destaca:

De onde surgiu a alegação?

O suposto crime foi originalmente divulgado por uma repórter do canal i24News, que disse ter sido informada sobre as mortes por um militar. “Cerca de 40 bebês, pelo menos, foram assassinados”, disse Nicole Zedek, durante transmissão ao vivo. Ao ser questionada sobre o número por um dos apresentadores, ela disse: “Isso é o que um dos comandantes me falou”. 
Em um outro vídeo, a mesma repórter compartilhou a notícia mais uma vez. “Um dos comandantes aqui disse que pelo menos 40 bebês foram mortos. Alguns deles tiveram as cabeças cortadas”, afirmou.
A repórter esteve no local na manhã de terça-feira (10), junto com correspondentes de outros veículos de mídias.
Em uma entrevista publicada pelo i24News no X (antigo Twitter), o major David Ben Zion disse: “Eles cortaram a cabeça de crianças e cortaram a cabeça de mulheres”, sem, contudo, mencionar um número.

O que outros veículos de mídia disseram?

O correspondente da Sky News, Stuart Ramsay, que esteve no local, disse que entrevistou dois militares das Forças Armadas – um deles sendo o porta-voz da instituição – e que nenhum deles nunca mencionou que o Hamas decapitou ou matou 40 bebês ou crianças. “Eu acredito que, se fosse este o caso, eles teriam me dito e a outros repórteres”, afirmou. 
Questionadas pela emissora, as Forças Armadas de Israel disseram que não poderiam confirmar nenhum número. 
Para a repórter Bel Trew, do jornal britânico The Independent, o major David Ben Zion contou que, quando o Hamas chegou ao local, “cortaram as cabeças de mulheres e crianças” sem, contudo, citar algum número.
O veículo informou que é impossível verificar essa notícia, uma vez que os corpos estão escondidos. A repórter também disse não ter visto evidência disso.
Para a Reuters e também para a CNN, o major-general Itai Veruv afirmou que “algumas vítimas foram decapitadas” sem, contudo, apresentar um número ou dizer se eram crianças. 
No X, o repórter Oren Ziv – que trabalha para a +972 Magazine, cuja cobertura é focada nas relações de Israel e Palestina – disse que não viu nenhuma evidência de crianças decapitadas enquanto estava no local. Ele comentou que os jornalistas foram autorizados a falar com vários militares e que os soldados com quem ele conversou não mencionaram bebês decapitados. “O porta-voz das Forças Armadas disse: não podemos confirmar neste momento”, afirmou.
O mesmo fez o jornalista Samuel Forey, que trabalha para o Le Monde e o Le SoirSegundo o portal Libération, o repórter disse que não foi capaz de verificar se havia crianças decapitadas. “Ninguém me disse sobre decapitação, muito menos sobre crianças decapitadas e menos ainda sobre 40 crianças decapitadas. Eu chequei com dois serviços de emergência, que coletaram cadáveres. Ambos disseram que eles não testemunharam isso, apesar de não dizerem que isso não existiu”, disse o jornalista, em sua conta no X. 
Já o portal Insider informou que um representante das Forças Armadas, o major Nir Dinar, confirmou que os bebês foram decapitados, mas não disse quantos. “O porta-voz disse que embora ele não tenha visto imagens ou vídeos, soldados contaram a ele”, diz trecho da reportagem. O Insider disse que não foi capaz de confirmar o crime de maneira independente.

O crime foi confirmado por Israel?

No X, a conta oficial do estado de Israel publicou “40 bebês assassinados”, mas atribuiu a fonte da informação ao vídeo da repórter do i24News. Não houve, até o momento, nenhuma manifestação oficial sobre o assunto. 
Segundo a agência de notícia turca Anadolu, o exército israelense não tem informações que confirmem a alegação de que bebês foram decapitados. “Quando Anadolu contatou a unidade de porta-voz do Exército israelense por telefone e perguntou sobre as alegações, ela disse: ‘Vimos as notícias, mas não temos quaisquer detalhes ou confirmação sobre isso’, publicou, em seu portal. A ligação teria sido feita na terça-feira (10). 
De acordo com o Libération, o Ministério das Relações Exteriores de Israel foi incapaz de confirmar que 40 bebês foram mortos durante o massacre do Hamas ao ser questionado pela AFP nesta quarta-feira (11). “O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, que supervisiona a conta do X do estado, disse: ‘Não conseguimos confirmar nenhum número de mortes neste momento’”, afirmou.

Portais de noticias que minimizam o caso

O UOL, por meio de uma matéria, afirmou que Israel não confirmou os assassinatos de 40 bebês pelo Hamas em um kibutz (veja).

O portal Estado de Minas também noticiou que Israel não confirmou as mortes de bebês pelo Hamas em um kibutz (veja).

A Revista Fórum, em sua matéria, destaca as mortes como supostas. Entenda a história confusa sobre supostos “bebês decapitados” pelo Hamas em Israel (veja aqui).

Portais de notícias que confirmam os casos.

i24NEWS é um canal de televisão internacional de notícias e atualidades 24 horas com sede em Israel, localizado no Porto de Jaffa, Tel Aviv, Israel. Transmite em hebraico, francês, inglês e árabe. O canal inglês oferece uma revista semanal em espanhol.

Em fevereiro de 2017, a i24NEWS expandiu-se para o mercado norte-americano e abriu escritórios nos Estados Unidos. O canal possui estúdios em Tel Aviv-Jaffa, Paris, Nova Iorque, Washington e Los Angeles, e implanta correspondentes em outras localidades do mundo.

“Estaria a agência ligada a Lula e à esquerda no Brasil, juntamente com a União Europeia, tentando minimizar as alegações em relação às ações do Hamas e sugerir que Israel seja culpado de espalhar informações falsas? É importante notar que, nos posts da agência Lupa, em nenhum momento eles mencionam as mortes de bebês, que, vale destacar, representam uma brutalidade sem precedentes. Em vez disso, a agência parece enfatizar a importância de verificar o número total de mortes.”

 

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Da Redação

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