O advogado Demóstenes Lázaro Xavier Torres, responsável pela defesa do ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, negou que o militar tenha colocado tropas à disposição para sustentar um golpe de Estado após a vitória de Lula em 2022. A declaração foi feita nesta terça-feira (2/9), durante o julgamento da Ação Penal 2668, a da suposta trama golpista, que está sendo analisada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a defesa de Garnier, não há elementos concretos que comprovem as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre ele ter colocado suas tropas à disposição para uma ruptura. “O Procurador-Geral da União ficou apenas com a afirmação de que ele teria colocado tropas à disposição, evidentemente por ausência de lastro”, afirmou o advogado.
Garnier está entre os oito réus julgados por suposta participação no chamado “núcleo crucial” da trama que teria buscado impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. Ele comandou a Marinha durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) e, de acordo com a PGR, teria se alinhado ao então presidente para dar sustentação militar a um projeto de ruptura institucional.
Recai sobre o almirante a acusação de que ele teria apoiado a trama golpista. Em uma reunião citada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no processo, com a participação dos três comandantes das Forças Armadas, em 7 de dezembro de 2022, no Palácio do Planalto, o almirante teria tido acesso à minuta do golpe e colocado as tropas à serviço do plano. A defesa de Garnier, no entanto, afirma que as provas produzidas são insuficientes para uma condenação.
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