Abstinência do café: como o corpo reage com a falta da bebida?

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O café é uma das bebidas mais populares do Brasil. A maioria das pessoas não pensa em começar o dia – e principalmente a semana – sem ele. No entanto, o café é rico em cafeína o composto psicoativo mais consumido no mundo responsável por aumentar o estado de alerta, melhorar a concentração e reduzir a fadiga mental.

É provável que mesmo quem não bebe café consuma cafeína. Pois ela é encontrada em quase tudo, desde chás e refrigerantes até remédios para resfriado, café descafeinado e chocolate. Quando a cafeína é consumida, ela é rapidamente absorvida pelo corpo – atingindo o pico de seus efeitos em cerca de duas horas.

É por isso que mesmo pessoas que consomem pouca cafeína, podem sentir efeitos colaterais – como irritabilidade, dificuldade para dormir e nervosismo — e, muitas, optem por abandonar o composto. Neste caso, a recomendação é começar aos poucos, já que cortar a cafeína abruptamente pode levar a diversos efeitos de abstinência. Conheça os principais e o motivo pelo qual eles ocorrem:

Dores de cabeça

A cafeína contrai os vasos sanguíneos do cérebro e, depois de um tempo, consumindo a bebida diariamente, o sistema nervoso central se acostuma com isso. Ao ficar um tempo sem a bebida, os vasos relaxam e uma quantidade inesperada de sangue é bombeada para o cérebro, causando dor de cabeça.

Segundo os especialistas, os sintomas normalmente começam de 12 a 24 horas depois da interrupção da cafeína e atingem o pico depois de dois dias, porém, o sintoma pode perdurar por mais tempo.

Fadiga

A cafeína se associa a energia. Como um complexo de chave e fechadura, ela se encaixa nos receptores da adenosina, substância química presente no nosso cérebro responsável por fazer a pessoa se sentir sonolento, e a bloqueia. O que consequentemente deixa o consumidor da bebida mais acordado.

Estudos garantem que os efeitos da abstinência são ainda maiores em pessoas que bebem café ou chá todos os dias. Isso ocorre porque a cafeína faz com que a química do cérebro mude com o tempo e produza mais receptores de adenosina para acompanhar o suprimento constante de cafeína. O que faz cair o desempenho e rendimento no trabalho, por exemplo.

É um problema cruel que faz com que os bebedores regulares de café desenvolvam uma tolerância à cafeína, aumentando ainda mais a vontade de tirar um soninho durante o dia quando você para de tomá-la.

Mal humor

A bebida aumenta a liberação de um grupo de mensageiros químicos chamados de neurotransmissores, dopamina e norepinefrina que influenciam seu humor e sentimentos, além de aumentar a frequência cardíaca, frequência respiratória e os níveis de glicose no sangue.

Com a ruptura abrupta, esses sinais químicos vão ser enviados de forma mais lenta e consequentemente terá uma queda no humor e nos níveis de energia.

Falta de foco

Um estudo americano publicado na revista Consciousness and Cognition em 2020 sugeriu que a cafeína pode melhorar suas capacidades de resolução de problemas. Isso ocorre porque a cafeína afeta as substâncias químicas do cérebro, incluindo o glutamato, que é vital para o aprendizado e a memória.

Ao parar de tomá-la. Os hormônios começam a se realinhar e as substâncias químicas que ajudam você a se concentrar começam a ser enviadas em um ritmo mais lento, bem como na questão da fadiga e do mal humor, resultando em uma névoa cerebral que dificilmente deixará você se concentrar nas tarefas.

Náusea e tremores

Tonturas e náuseas também são sintomas característicos de quem para de tomar café, além das conhecidas tremedeiras, visto que a bebida é um estimulante do sistema nervoso central, apesar de ser um pouco mais rara.

( o Globo )

 

 

 

 

 

 

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Da Redação

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