No dicionário, a palavra “trair” vem acompanhada dos verbetes “abandonar crença, convicção” e “não corresponder às expectativas, frustrar”. Esse verbo se aplica perfeitamente ao comportamento político do prefeito de Humberto de Campos, Luís Fernando, que parece ter feito da ingratidão sua principal estratégia eleitoral.
Nos bastidores da política humbertuens, Luís Fernando tem se destacado por trocar de aliados como quem troca de camisa. E isso não é exagero. Em 2022, abandonou o então governador Carlos Brandão para apoiar o projeto de Weverton Rocha, que fracassou. Já neste ano, em curto espaço de tempo, trocou o vice-governador Felipe Camarão por Orleans Brandão e, agora, descartou a parceria com o deputado estadual Carlos Lula.
Na última sexta-feira (18), o prefeito reuniu seu grupo político para anunciar o novo aliado: Catulé Júnior será seu candidato a deputado estadual em 2026. A reação dos antigos parceiros foi de surpresa. Fontes próximas ao gestor classificaram o movimento como “frio e calculado”, típico de quem enxerga alianças apenas como trampolim de conveniência.
Para quem não lembra, Carlos Lula foi um dos poucos que apoiaram o prefeito ainda em seu primeiro mandato. Destinou emendas, viabilizou mutirões de saúde, incluindo cirurgias oftalmológicas para a população mais carente, e esteve presente constantemente no município. Mas, aparentemente, gratidão não faz parte do vocabulário do prefeito, já que tudo isso foi ignorado com naturalidade.
Nas ruas da cidade, o comentário é unânime: Luís Fernando troca de aliados conforme a maré. Quem hoje é parceiro, amanhã pode ser descartado. E assim segue o jogo político em Humberto de Campos, onde a palavra “lealdade” parece ter sido riscada do dicionário do prefeito.
A dúvida que fica é: quem será o próximo a ser deixado para trás? E, mais importante, o eleitorado continuará aceitando esse jogo de interesses ou, finalmente, vai cobrar a conta?
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