A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta quinta-feira (8) contra militares e ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.
São alvos de buscas:
— General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
— General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
— General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
— General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
— Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
— Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça;
— Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro;
— Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, conhecido como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”;
— Ailton Barros, coronel reformado do Exército.
Foram presos:
— Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro (preso na casa da namorada);
— Marcelo Câmara, coronel do Exército ex-assessor especial de Bolsonaro;
— Coronel do Exército Bernardo Romão Correa Neto;
— Rafael Martins de Oliveira, major do Exército.
As ordens foram expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que determinou que Bolsonaro entregue o passaporte e não fale com outros investigados. O advogado do ex-presidente disse que ele cumprirá as ordens.
A investigação tenta elucidar a participação dessas pessoas nos atos do dia 8 de janeiro, quando milhares de manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes (Planalto, Congresso e Supremo) em Brasília.
Segundo a PF, os investigados se uniram para disseminar notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro com objetivo de criar condições para uma intervenção militar que mantivesse Bolsonaro no poder.
Ainda de acordo com a PF, o grupo se dividiu em dois grupos:
— O primeiro era voltado a construir e propagar informações falsas sobre uma suposta fraude nas urnas, apontando “falaciosa vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação”, que continuou mesmo após o resultado da eleição;
— O segundo eixo, por sua vez, praticava atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito – ou seja, para concretizar o golpe. Essa etapa, de acordo com as investigações, tinha o apoio de militares ligados a táticas e forças especiais.
Três militares e ex-assessor de Bolsonaro são presos em operação sobre tentativa de golpe em 2022
Segundo a PF, há mandados sendo cumpridos no Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.
Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Além de prisões e buscas, há 48 outras medidas cautelares, como proibição de contato entre os investigados, retenção de passaportes e suspensão dos cargos públicos.
A operação foi chamada pela Polícia Federal de “Tempus Veritatis” – “hora da verdade”, em latim. ( Gilberto Lima )
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